A onda de calor de extrema intensidade que afeta o Brasil desde o início da semana vem provocando aumento de temperatura em até 5ºC em quase todas as regiões do país. A previsão é que estenda até o final do mês de setembro. A Confederação Nacional de Município (CNM) alerta aos gestores municipais para disseminarem informações à população sobre medidas que podem ser tomadas, principalmente o autocuidado, além da formulação de planos de contingência para lidar com as ondas de calor áreas mais afetadas.
O Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC/INPE) explica que uma alta pressão na troposfera média está atuando na área central do país tomando conta de grande parte da Região Sul e as Regiões Sudeste e Centro-Oeste, em decorrência da ausência de nebulosidade provocada por este sistema que favorece o aumento da intensidade de radiação solar e em consequência o aumento das temperaturas.
As máximas devem ultrapassar os 35°C em grande parte das regiões. Como consequência da ação deste sistema dinâmico em altitude, a umidade relativa do ar ficará baixa, atingindo valores inferiores a 20%, que contribui para piorar os indicadores da qualidade do ar. A previsão é que esta condição de tempo persista pelo menos até o fim de semana. Esta condição de tempo é comum durante a primavera, onde as temperaturas máximas atingem os valores mais altos do ano.
Já o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) informa que a onda de calor é promovida pelas condições de tempo predominantemente seco, com aumento da insolação, e favorecida pela subsidência atmosférica – quando a pressão atmosférica entre os níveis médios e a superfície aumenta, inibindo o desenvolvimento de nebulosidade, aumentando, também, a temperatura da massa de ar. A configuração de um bloqueio atmosférico relacionado a este padrão de subsidência com o escoamento dos ventos em níveis superiores da atmosfera garante a persistência da onda de calor que impedirá o avanço das frentes frias, além de promover o aquecimento e a diminuição da umidade do ar, no norte do Paraná, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, sul de Goiás, Triângulo Mineiro e São Paulo, que pode durar até o fim desta setembro.
O aumento das temperaturas altas contribui também para aumentar o risco de fogo e a probabilidade de ocorrência de focos de incêndios e queimadas, principalmente nas regiões com pouca chuva. Ainda de acordo com CPTEC/INPE, historicamente a ocorrência dos focos de queimadas e incêndios aumentam no mês de setembro em decorrência do auge da seca e da baixa umidade do ar.
El Niño
O El Niño é um fenômeno climático que envolve fatores atmosféricos e oceânicos, caracterizado pelo aumento das temperaturas do Oceano Pacífico. A origem desse fenômeno é na costa oeste da América do Sul, mais especificamente o território do Peru. A alteração anormal da temperatura do Pacífico provoca mudanças climáticas significativas, principalmente na faixa tropical do globo. O El Niño gera alteração nos padrões climáticos de temperatura e precipitação.
No Brasil, o fenômeno causa chuvas torrenciais na região sul, além de secas severas no norte e nordeste do país. Sendo assim, de acordo com CPTEC/INPE e também com o INMET, o Brasil já está sofrendo os efeitos do El Ninõ desde o início de 2023, mas que se fortaleceu em junho.
Orientações
Com o aumento excessivo das temperaturas e da diminuição da umidade do ar, consequentemente pode provocar o aquecimento do corpo, acarretando problemas de saúde, principalmente em crianças e idosos, como a desidratação, exaustão e a insolação. Esta última, podendo ser muito grave, é causada pela incapacidade do corpo de regular a temperatura, podendo ser fatal.
As pessoas podem apresentar pele vermelha, quente e seca, pulsação rápida e forte, dor de cabeça, vômitos e náuseas, temperatura elevada, até mesmo a perda de consciência, entre outros.
Maiores Informações: https://www.cnm.org.br/
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